O piloto Armindo Araujo revela que o rali de Portugal é uma das melhores provas do circuito mundial e descreve como "fantástico" o facto de ter passado para primeiro lugar no Campeonato de Produção, na prova disputada no Algarve. O automobilista, natural de Santo Tirso, que se sente um orgulho para o país, também afirma que o rali português ainda tem muito que evoluir.
O rali de Portugal correu muito bem. Desde o início que delineamos uma boa estratégia, nunca cometemos erros, a Mitsubishi esteve à altura e juntos fomos construindo uma vitória, que começou muito antes do início do rali. Tudo correu pelo melhor, não tivemos azar nenhum e foi uma vitória muito gratificante porque nos permitiu passar para a frente do campeonato do mundo, ainda por cima no nosso rali.
O que posso dizer é que a prova correu muito bem. Passar para o primeiro lugar do campeonato do mundo de produção era um objectivo que perseguíamos há muito tempo mas o facto de isso ter acontecido em nossa casa foi realmente fantástico.
Antes da prova disse que o rali de Portugal era uma das melhores competições do campeonato do mundo. Continua com essa opinião?
Sim, sem dúvida. Eu estou no campeonato do mundo e, portanto, posso fazer uma comparação e uma avaliação mais correcta sobre a organização das provas. O rali de Portugal está num campeonato superior porque a organização é muito boa, tem muita qualidade e, portanto, não há motivo para que Portugal saia do calendário do campeonato do mundo.
Penso que é a mesma opinião. Todos os pilotos me dizem que os portugueses são muito bons a nível organizacional, o público gosta muito de ralis, algo que é muito importante, e o país tem umas infra-estruturas que nos permitem estar ao nível das melhores do mundo.
O rali de Portugal registou alguns acidentes, algo que acontece naturalmente em todas as provas. Quando isso acontece, de quem é a culpa, da pista ou dos pilotos que não estudaram a pista da melhor forma?
Nos campeonatos do mundo há muita concorrência, há muitas lutas e os troços do rali de Portugal não são fáceis, são muito técnicos, mas é isso que nos faz gostar muito do rali. Quando existem troços técnicos e rápidos como os de Portugal, por vezes, os azares acontecem, mas a verdade é que os acidentes acontecem porque os pilotos conduzem nos limites e esforçam-se ao máximo por conseguirem o melhor resultado. Mas felizmente nenhum dos acidentes registados foram graves e, por isso, pôde-se verificar que a segurança da prova também funcionou muito bem.
Foto: Getty Images
O Armindo Araújo sente-se um motivo de orgulho para Portugal?
Eu tento fazer com que Portugal se orgulhe daquilo que estou a fazer no campeonato do mundo e, obviamente, quando as coisas correm bem é mais fácil ter esse orgulho. Neste momento, Portugal deve estar orgulhoso por estar a liderar o campeonato do mundo de produção.
Mas devia ter mais notoriedade?
Eu percebo o facto de não ser tão falado. Nós estamos a atravessar uma má fase económica e, portanto, não é fácil arranjarmos os apoios que queremos. Felizmente ainda consigo estar no mundial a liderar o campeonato do mundo de produção. Obviamente que com mais apoios poderia fazer melhor mas vamos lutando para continuar entre os melhores.
O que é preciso fazer para melhorar o panorama do rali português?
Neste momento o campeonato português está nivelado por baixo porque há poucos inscritos, a qualidade dos carros já foi melhor mas este é, também, um reflexo da crise que atravessamos.
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